8 de ago. de 2010

Embalagens ajudam a promover o consumo consciente

Natura, Do Bem e Goóc divulgam práticas sustentáveis em seus produtos
 
Os rótulos aparecem como um canal eficaz para as empresas que desejam promover o consumo consciente. Prática comum em mercados mais maduros, onde a questão ambiental está inserida há pelo menos uma década, por aqui, a inclusão de selos e certificados que comuniquem práticas sustentáveis, além de informações a respeito de toda a cadeia produtiva, ainda é rara.

A iniciativa, no entanto, tende a se integrar ao dia a dia das companhias, desde que empresas e consumidores façam a sua parte. Natura, Goóc e Do Bem são algumas das poucas marcas brasileiras que já perceberam a importância de serem transparentes em suas embalagens. Esses são exemplos de companhias que se anteciparam em relação a uma tendência que caminha para tornar-se realidade no país.

Segundo o Monitor de Responsabilidade Social Corporativa 2010, realizado pela Market Analysis, 36% dos brasileiros acreditam que uma etiqueta na embalagem é a melhor forma de uma empresa comunicar práticas ambientais. Em 2007, este número era de 27%. No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido. Apenas dois em cada 10 consumidores brasileiros estão bem informados sobre o comportamento socioambiental de produtos e empresas. Em países da Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, são cerca de seis a oito consumidores sensíveis ao assunto a cada 10.

Mais de 400 rótulos internacionais

Enquanto no mundo existem mais de 400 selos, como indica o Dossiê Unomarketing, lançado em parceria com a Revista Ideia Socioambiental, no Brasil, são poucos os produtos certificados. “As pesquisas indicam uma predisposição do consumidor para comprar produtos verdes, mas como poucas empresas usam certificados e falta informação, a compra efetiva não acontece, o que complica a prática do consumo consciente”, explica Paula Faria, Sócio-Diretor da Sator, agência idealizadora do Unomarketing, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Apesar do estudo realizado pelo jornalista Ricardo Voltolini e pelo especialista em mapeamento Luiz Bouabci apontar a existência de mais de 400 selos, na prática, esse número chega a 600. São certificações preocupadas com a questão sócio-ambiental e com o aspecto econômico. Mas há também uma parcela de selos que não é considerada fonte segura.

Como o excesso de símbolos e informações pode acabar sendo mais confuso do que esclarecedor, a International Organization for Standadization criou a ISO 14001, uma certificação voltada para a gestão ambiental nas empresas, com uma série de normas específicas para garantir a credibilidade dos selos.

Mercado movimentou US$ 5 bi em 2008

Em 2008, o mercado de certificações movimentou US$ 5 bilhões, segundo o autor do livro “Branded! – How to Certification is Transforming Global Corporations” (ainda sem tradução para o português). Há 15 anos, não passava de US$ 1 milhão. Em 12 anos, mais de 300 milhões de hectares de terra receberão certificação, o correspondente a 15% das áreas de manejo florestal do mundo.

Rótulos e selos promovem consumo conscienteDe acordo com o estudo da Market Analysis, 56% dos consumidores da América do Norte, 54% da Oceania, 29% da Europa, 24% da América Central e da Ásia e 11% da América do Sul afirmam preferir produtos sociambientalmente responsáveis. Os primeiros rótulos obrigatórios surgiram na Europa, nos anos 1940, para destacar a presença de substâncias químicas potencialmente danosas à saúde do consumidor.

Mas foi no final dos anos 1970, com o início do movimento ambientalista, que começaram a nascer os primeiros selos verdes. Em 1977, a Alemanha criou o Blue Angel (foto), ainda hoje garantido pelo Ministério do Meio Ambiente do país. O selo certificou e atestou 3,6 mil produtos, segundo critérios como reciclagem e baixa toxicidade. Em 1988, o Canadá instituiu o seu Eco-logo e, em 1989, o Japão implantou o Ecomark. Também em 1989, os Estados Unidos apresentaram o Green Seal e, desde 1992, a União Europeia mantém o Ecolabel.

PARA LER O RESTANTE DA MATÉRIA ACOMPANHE O BLOG.

Nenhum comentário:

Postar um comentário